Inteligência artificial no cinema 2025. A polêmica envolvendo a inteligência artificial (IA) nos filmes indicados ao Oscar de 2025 tem ganhado força nos últimos dias. Com o crescente uso da tecnologia nas produções cinematográficas, questões sobre ética e a autenticidade das atuações vêm à tona. “O Brutalista” e “Emilia Pérez” estão no centro dessa discussão, visto que a IA foi empregada para aprimorar detalhes técnicos das performances dos atores.
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O Brutalista
Em “O Brutalista”, por exemplo, a IA foi usada para ajustar os sotaques húngaros dos atores Adrien Brody e Felicity Jones. O diretor Brady Corbet e o editor Dávid Jancsó explicaram que, devido a dificuldades com dublagens nativas, a tecnologia Respeecher foi utilizada para corrigir alguns detalhes fonéticos sem alterar o conteúdo das falas. A ideia era garantir maior precisão no idioma sem afetar a performance dos atores, que permaneceram com o mesmo tom emocional durante as cenas.
Emilia Perez

Além disso, “Emilia Pérez”, filme francês de Jacques Audiard, também recorreu à IA para aprimorar a voz da atriz Karla Sofía Gascón. Nesse caso, a tecnologia ajudou a ajustar as nuances vocais da atriz em cenas cantadas, uma vez que ela enfrentava dificuldades técnicas por causa de sua transição de gênero. Cyril Holtz, técnico de som, explicou que a IA foi uma ferramenta auxiliar, e não uma substituição de talentos, como parte de um processo colaborativo.
A utilização de IA tem gerado críticas, especialmente entre aqueles que acreditam que a tecnologia pode comprometer a autenticidade das produções. Críticos do cinema argumentam que a manipulação digital pode levar à desvalorização do trabalho humano e até à substituição de atores e profissionais. Eles apontam que, embora a tecnologia ofereça melhorias técnicas, ela pode diminuir a relevância da habilidade humana, afetando a dinâmica criativa da indústria.
Entretanto, defensores da IA no cinema apontam que, quando usada de forma responsável, ela pode ser uma ferramenta poderosa. Paul Schrader, conhecido roteirista de “Taxi Driver”, por exemplo, defendeu o uso da IA, afirmando que ela pode melhorar os roteiros rapidamente e com precisão, proporcionando insights valiosos para os cineastas. A IA pode, assim, atuar como uma aliada, complementando a criatividade dos profissionais e permitindo uma produção mais eficiente.